3 de fev. de 2011

Cisne Negro

Cisne negro é lindo e assustador ao ponto de encantar.

Um filme para entendermos como funciona o balé por trás das cortinas, para vermos que ser frágil pode atrapalhar nossa personalidade e o mais importante, tentar ser perfeito pode causar distúrbio mental.

Natalie Portman vive uma mulher de 28 anos muito frágil e emotiva, até sua voz parece falhar por conta de seu jeito delicado, quase uma pureza sem vícios ou erros, apenas uma garota com paixão por balé.

Já de início o caprichoso roteiro nos leva a conhecer o inconsciente de Nina (Nalatie). O mundo do balé é apresentado de maneira pouca honrosa, no caso, entre as bailarinas, e também do abuso do diretor sobre pobres garotas quase ingênuas, da inveja entre amigos do ramo e os problemas em lidar com a própria sede de vencer.

O filme se movimenta através de um famoso balé russo chamado "O lago dos Cisnes", onde uma princesa é amaldiçoada e transformada em um cisne branco e somente o amor pode quebrar o feitiço, mas seu príncipe é seduzido por um cisne negro e ela se mata.

O que marca a atuação de Natalie é justamente a maneira que ela permite a perturbação da história invadir sua mente, pois ao mesmo tempo em que ela quer ser perfeita em todos os detalhes e demonstrar paixão em atuar como o cisne branco, ela não consegue passar sedução e sensualidade no papel do cisne negro irritando o diretor e causando disputa entre amigas. Nina passa a ser aterrorizada por alucinações assustadoras, o que torna o roteiro lindo e merecedor da indicação ao Oscar de melhor filme, melhor até que “A rede social”.

Natalie Portman provavelmente levará a estatueta como atriz, sua atuação é magnífica, tanto como garota vulnerável como a bailarina treinada, há cenas em que câmera percorre os pés até alcançar seu rosto, provando ser a mesma em cena.

O talentoso diretor Darren Aronofsky conduz Cisne Negro há um filme belo e doloroso, as mensagens através dos espelhos e a maneira que Nina começa a enfrentar seus problemas deixa o longa maravilhoso. As músicas tocadas apenas no piano durante os ensaios, as trilhas que nos envolve em momentos de maior êxtase e a técnica de sons nas partes em que há expressão corporal, sapatos que rangem no assoalho, corpos que se machucam. Tudo em sincronia de uma bela apresentação de balé, com um final digno de perfeição.


MINHA NOTA: 10.


JUST ONE PHOTO:


Emoções, crises, razão e liberdade. Um conjunto de palavras que auxilia no caminho.



Trailer do filme:

Nenhum comentário: