“Eu nado, trabalho e durmo”, assim Tracy define sua vida em “Sob o efeito da água”.
O filme poderia facilmente se resumir em triste, melancólico e depressivo, porém, traz uma mensagem sobre pessoas que aprenderam a viver com as consequências de suas escolhas que, seguindo alguns conceitos e mudanças evitaram não se perderem totalmente na vida para que algo pior não acontecesse.
Mas, há muito mais que isso. Há a vida de uma mulher querendo vencer e esquecer por completo o passado doloroso que parece prossegui-la por culpa de decepções que estão no dia a dia. É uma história linda, onde seres humanos tiveram sonhos maravilhosos aos 20 anos de idade e que se destruíram pelas decisões erradas e uso de drogas, e agora, estão tentando vencer os problemas de um passado doloroso. Pessoas que foram feridas e, que de alguma forma, querem seguir seus caminhos, mesmo sabendo que a dor e o sofrimento estão presentes. Fases da vida.
O que mais impressiona em Tracy(vivido por Cate Blanchet) é que sua vida não se encaixa no modelo que está vivendo, como se seu abandono as drogas não a tivesse feito uma pessoa diferente e isso a faz sofrer sozinha, sem demonstração aparente, o que é impossível não perceber .
Outro mérito, é a atuação de Hugo Weaving(Sr. Smith em Matrix) como Lionel, simplesmente extraordinário, tanto no sotaque australiano, quanto encarando um ex grande jogador de rúgbi que atualmente tornou-se um completo viciado em heroína.
O filme nos acovarda da maneira que enxergamos o mundo e os seres humanos, que as vezes erramos ao julgar as pessoas com base em nossos próprios preconceitos, sem antes ver o que a pessoa é por dentro, e deixamos de entender que possuímos mais semelhanças do que diferenças do nosso próximo.
NOTA: 10.
JUST ONE PHOTO:
Tudo o que podemos fazer para recomeçar, é aceitar as coisas como elas são, mudar a cada dia o que incomoda e dar um passo de cada vez.
Cena do filme com música "Flame Trees".
